sexta-feira, 25 de outubro de 2013

A minha Força da Natureza

Há três anos desconhecia que esta seria a minha última noite em casa com um filho. Estava impaciente, grande e farta de estar grávida (como, de resto, passei a maior parte das minhas gravidezes) e no dia seguinte (25) tinha uma consulta de referência na MAC (aquelas em que fazem o toque e iniciam os procedimentos finais). Tudo normal, portanto.

A decisão de ter um segundo filho foi tão amadurecida como a de ter o primeiro. Foi do género "querido, os contraceptivos andam a deixar-me mais gorda e irritada. Acho que vou fazer uma desintoxicação." "Hmmm ... Gata, sabes que podes engravidar, isso significa que queres ter mais um filho?" "Não meu amor, não tour a dizer nada disso, que tolice..." E pimba,... Paula grávida e o resto já se sabe.

Enganando-nos um ao outro, ambos sabíamos que um segundo filho naquela altura era a melhor opção. Difícil de assumir, mas ainda assim a melhor. O Henrique, um miúdo lindo de morrer e o melhor filho do mundo, estava a entrar naquela fase em que queria um irmão. Nós, continuávamos a alimentar aquela ideia de que aos 40 estaríamos com os filhos criados e prontos para viver ainda muito do que a vida tem para nós oferecer. Assim, mais ou menos planeado, ter a Luisa 2 anos e meio depois do Henrique, acabava por ir ao encontro das expectativas de todos.

A noite de 24 foi a minha última noite em casa com um filho (cá fora). E a partir daí a nossa vida nunca mais foi igual.

Quando queria ter um parto programado, porque quando se tem um filho e pouco apoio familiar, é preciso pensar nestas coisas, ela decide vir de surpresa. Com tudo mais ou menos planeado para tê-la no privado (há e tal, agora há o miúdo, e o pai do miúdo que podem passar mais tempo comigo enquanto estiver internada), pimba, decidiu nascer na MAC, na sequência de uma consulta de rotina, precisamente no mesmo quarto em que o irmão nasceu (e da MAC guardo o melhor de tudo, pessoas, serviço, o melhor, mesmo). Enfim, .... Tudo à sua maneira desde que começou a manifestar a sua vontade.... E assim é até hoje.

A Luísa tem tanto de doce como de torta (torta mesmo, do mais torto que há). Miúda gira mesmo a sério. Daquelas que querem crocs para a chuva cor de rosa e mini saia de ganga, mas que, quando lhe perguntam qual o seu super herói preferido responde sem demora "o war machine". O irmão é o seu ponto de referência, o seu ídolo, e adotou, desde cedo, os seus heróis como dela. O pai é o seu maior fã e ela sabe, e usa-o de forma inteligente. Com a mãe acho que tem uma relação de extremos: chocamos de frente, mas é comigo que vem ter quando mais precisa.


O Henrique diz que ela é maluca pela forma intensa como lida (e berra) com tudo. Eu acho que isto revela uma relação apaixonada com a vida e com as pessoas com quem se relaciona. É uma força da natureza!

1 comentário:

Luciana disse...

Parece que estou a ler descrições a minha Luísa com 3 anos feitos no passado dia 01/10, sem tirar nem por!!! Com ela nada é previsível, nem facilitado, nem moderado, é mesmo o 8 ou o 80, a doçura e bravura....

Muitos parabéns!!!!