quarta-feira, 27 de abril de 2011

Não consigo resumir os últimos meses

É impossível resumir os últimos (cerca de) 5 meses. Foram tão intensos que nenhum resumo lhes seria fiel. Por outro lado, há coisas que felizmente fui esquecendo.

Foram, sem dúvida os meses mais desafiantes da minha vida. Os meses em que ri mais, em que chorei mais, em que tive a certeza de que a vida constrói-se de momentos felizes e outros menos, mas é nossa obrigação saborear os primeiros e neles encontrar forças para ultrapassar os segundos. Aprendi também (e continuo a aprender) que as relações pessoais se constroem todos os dias, com paciência, com amor, com dedicação, com respeito. Que há fases da nossa vida em que devemos abrir-nos mais aos outros, ao que eles têm para nos oferecer, para partilhar. Que todos saímos mais fortes e mais ricos quando damos e recebemos e quando nos ouvimos. Aprendi que há pessoas que estão sempre lá e de quem às vezes não nos lembramos, e pessoas que gostávamos que estivessem, mas nunca vão estar como nós queríamos. E há que aceitar ambas as situações, chama-se gerir expectativas para não nos desiludirmos.

Em relação à dupla maternidade, percebi que não tenho remédio. Procuro e sempre procurarei ser suficientemente autónoma de modo a precisar o mínimo possível da ajuda de terceiros. E isto não é um defeito, sou eu. E tenho todo o direito de ser assim, desde que não prejudique os meus filhos. E só assim me sinto segura e à altura da responsabilidade.

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