segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Coisas que nos ajudam a crescer

É a primeira vez em cinco anos e meio que estou sem as crianças num aeroporto. Corrijo, a primeira vez que estou sozinha. Estou sozinha e as crianças ficaram com a avó uma vez que o pai também está sozinho noutro aeroporto.
Não deixa de ser irónico que a primeira vez que os deixamos com alguém para sair do país ou por mais do que uma noite, seja para estarmos sozinhos. 
Quem me conhece sabe que sempre fiz (fizemos) questão de levar os filhos para todo o lado. Sou defensora acérrima de férias fora com os filhos até porque acho que é quando estamos mais descontraídos e mais disponíveis e não faria sentido privarmo-nos da companhia uns dos outros, deixarmos de estar em família nessas alturas. Por outro lado, não temos apoio familiar perto e uma coisa aliada à outra fez com que eles sempre tenham vindo connosco para todo o lado. E à custa disso, já têm um passaporte bem carimbado e já viveram experiências fantásticas longe do seu lugar de conforto, a sua casa.
Mas desta vez foi diferente. A saída é em trabalho e, apesar de o pai estar fora na mesma altura, não me apeteceu dizer que não estava disponível. Felizmente tive apoio familiar (a minha querida mãe) que se pôs logo a caminho e me permitiu estar aqui.
Escusado será dizer que estou com um nó enorme na garganta, as lágrimas vêm-me aos olhos sempre que penso neles e o coração está apertado com medo que algum imprevisto aconteça.
 Mas apesar disto, sei que me vai fazer bem, preciso de crescer como mãe (e até como pessoa) nesta parte. Preciso de aprender a confiar mais nos outros, que cuidam dos meus filhos com o zelo com que eu cuido, preciso de aprender a dar espaço e simultaneamente, a ganhar espaço para mim.

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